Preceitos para uma Vida Espiritual Bem-sucedida

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I Tessalonicenses 5:12-25

Em quase todas as áreas do setor produtivo e também do acadêmico temos como aferir os resultados desejados a partir de modelos básicos. Em qualquer indústria que se preze há o setor que responde pela qualidade de seus produtos. Isso significa que é normal encontrar praticamente em qualquer área como se pode conferir que a produtividade, a qualidade e o devido sucesso, sejam demonstrados e mensurados.

Não seria estranho se no nível pessoal e espiritual da vida não tivéssemos como aferir os resultados que desejamos? Em outras palavras, não seria completamente absurdo que justamente nas áreas mais necessárias não pudéssemos averiguar se alguém está tendo sucesso ou não? Penso que este é o maior desastre que o Cristianismo vem sofrendo nestes tempos.

É justamente por não estarmos dando atenção aos fatores espirituais que verdadeiramente contribuem para o sucesso, para o crescimento interior e para a vida espiritual bem-sucedida que temos visto tanta coisa grotesca e monstruosa nos arraiais cristãos. É por não darmos atenção aos preceitos bíblicos que vemos muita gente que se diz cristã, agir como ímpios que não conhecem o Senhor.

Tomando por base o texto de Tessalonicenses, vamos estabelecer alguns princípios e preceitos que certamente nos farão perceber e discernir se alguém está sendo bem-sucedido em sua caminhada espiritual ou não. Vejamos o significado de vida bem-sucedida nos termos das Escrituras e façamos, então, comparação com o que temos visto.

Descrevi à minha maneira de pensar, 12 preceitos de vida espiritual bem-sucedida e ministrei em um domingo na nossa Comunidade. A pergunta que perpassa esses princípios é: quais as características demonstráveis de vida espiritual bem-sucedida que devemos encontrar em alguém? Lembrando-nos que absolutamente ninguém é perfeito e que essas características devem ser vistas como alvos e objetivos a serem alcançados.

1 – Possuir uma correta relação com seus superiores (v.12,13) – é interessante que Paulo inicie suas exortações finais nesta carta justamente orientando os irmãos a terem o trato correto com as autoridades na igreja. Ele usa expressões como reconhecê-los, estimá-los e amá-los. Ora, sabemos que os nossos líderes e pastores não são perfeitos e nem sempre acertam em tudo, mas não somos autorizados em parte alguma das Escrituras a não respeitá-los, mas a dar aos mesmos o devido reconhecimento de sua vocação.

2 – Praticar a exortação e consolação mútuas (v.14) – que preceito interessante. Deve-se corrigir os que praticam desordem, deve-se animar os de baixa estima e depressivos, deve-se apoiar e ser suporte dos mais fracos na vida e nas circunstâncias e deve-se ter paciência com todos. Isso é sucesso espiritual.

3 – Excluir a vinganças de nossas relações (v.15) – quem é bem-sucedido na vida espiritual não se pode dar ao luxo (ou ao des-luxo) de se deixar levar por sentimentos de vingança e retaliação, mesmo quando quiser justificar suas ações como válidas contra alguém que lhe fez mal. Retribuir vingativamente faz mal ao outro (que pode até mesmo merecer, na concepção da maioria) e a nós também.

4 – Sorria de tudo (v.16) – regozijar é estar em um estado de alegria constante, independente das circunstâncias que nos cercam. Sorrir é o melhor remédio em muitas situações, exceto na morte (por que nela há luto envolvido). Mas quando orientamos as pessoas a sorrirem estamos querendo dizer que elas devem estar sempre contentes e alegres nas situações corriqueiras da vida, mesmo quando estas não lhes favorecem. Isso não é fácil pra ninguém, mas é algo a se alcançar.

5 – Possuir uma vida diária de oração (v.17) – todas as religiões e filosofias no mundo reiteram o valor especial das orações, meditações e períodos de isolamento diário. Isso não é exclusivo do Cristianismo ou do Judaísmo, mas penso que os cristãos são os que menos têm orado hoje. A prática da oração diária foi substituída por uma série de coisas, até mesmo coisas que parecem com orações, mas não são. Digo que da oração não se tira férias. Saímos em férias, mas nunca da oração.

6 – Adquirir um espírito de gratidão (v.18) – gratidão é uma coisa escassa. Só agradecemos a Deus quando recebemos as bênçãos materiais como o carro, a casa, o emprego que queremos, um bom casamento, a cura e afins. Não damos graças quando o carro quebra e por isso não olhamos em volta para ver se há algum propósito nisso; não agradecemos quando ficamos doentes e precisamos ir ao médico, e não pensamos que isso é um processo de cura de algo que nem sabíamos que estava em nós e Deus nos revelou para nos curar; não agradecemos quando perdemos o emprego e não vemos isso como uma parada necessária que Deus nos dá para o buscarmos mais. Posso escrever várias páginas sobre esse tema.

7 – Manter comunhão com o Espírito Santo (v.19) – Jesus nos disse que Ele e o Pai viram para habitar em nós (João 14.23), isso só é possível por causa do Espírito Santo. Ele é o poder da criação, o conhecedor da plena vontade do Pai e do Filho, Aquele que nos capacita com os dons sobrenaturais e é o selo que nos garante a eternidade ao lado de Deus, mas é o que a grande maioria dos cristãos ainda menos entende e com quem menos se relaciona. Deus veio morar em nós, e não sabemos o que isso significa ainda hoje.

8 – Não rejeite a espiritualidade dos outros (v.20) – todos podem profetizar, ter dons e serem usados por Deus na igreja. Não podemos fazer acepção de pessoas e nem podemos considerar que outros irmãos não são aptos para serem canais divinos em nosso meio. Não há algo como uma hierarquia espiritual ou preparo adequado para ser usado nos dons do Espírito. Ele usa quem quer a hora que quer e no lugar que desejar. Devemos ser humildes e prontos para compreender e aceitar que outras pessoas também são usadas por Deus além de nós.

9 – Ser positivamente crítico, não destrutivamente crítico (v.21) – reter o que é bom significa exatamente isso, reter o que é bom. A orientação de Paulo é apenas essa, examinar e reter, não criticar ou rejeitar prontamente. Se há críticas para serem feitas, devem ser feitas num espírito construtivo, não para destruir o ânimo ou a busca do outro. Somos “rápidos no gatilho” para atirar sem pensar ou não refletir o que estamos ouvindo, mas ao contrário, precisamos nos disciplinar para ouvir, refletir e reter o que é bom.

10 – Em relação ao mal, se posicionar assim: “na dúvida, lança fora!” (v.22) – essa é a melhor posição que podemos tomar em relação às coisas que nos trazem dúvidas existenciais ou nos fazem coxear entre dois pensamentos: não levar em consideração e lançar fora. Se o que está diante de nós apenas aparenta algo maligno, e temos convicção disso, então não devemos continuar a considerá-lo, devemos nos afastar. Afastar-se de toda a aparência do mal é coisa sábia a se fazer. Não podemos brincar de pular fogueira com ele.

11 – Procurar honrar a Deus com sua santidade pessoal (v.23) – este é um dos mais fortes problemas do mundo atual. É um dos maiores problemas na igreja, e não poderia ser diferente, pois estamos neste mundo também. O tema da santidade, da santidade do corpo e da vida é algo extremamente chocante para as pessoas, sejam cristãs ou não. Deus não deseja só a alma e o coração das pessoas, Ele também tem planos para o corpo delas. De alguma forma, tornou-se comum não levar em consideração a santidade do corpo como algo especial. Não só nas questões sexuais, mas também na ingestão do álcool, do cigarro, das drogas e na exposição deliberada do corpo ao perigo, a humanidade tem agredido constantemente uma das mais importantes leis divinas, a do cuidado do seu templo físico, esquecendo-se que prestarão a Deus contas pelo que fizeram com ele (I Coríntios 3:17).

12 – Orar pelos outros (v.25) – bom, se alguns cristãos têm deixado a vida pessoal de oração, o que dizer, então, do imperativo de orar pelos seus irmãos. Se a oração pessoal ocupa lugar último, a intercessão, nem lugar encontra. É comum nas reuniões de oração da igreja de hoje, orar apenas por si, por seus desejos pessoais, por seu sucesso profissional e financeiro, por seu casamento e por tudo em que o “eu ou o “meu” esteja em foco. Não digo que orar por essas coisas seja errado, pode e deve-se orar a Deus por isso, mas também se deve orar pelos outros irmãos, por aqueles que não fazem parte de sua família imediata, por aqueles que não fazem parte de seu círculo de amizade na igreja, por fim, por toda a igreja. Deve-se orar pelo mundo para que se converta, pelos governantes para que sejam sábios, contra todo o sistema opressivo e violente ao nosso redor e pelas coisas que ocupam o coração de Deus, como as missões, a volta de Cristo, o avivamento e etc.

Ter vida espiritual bem-sucedida é fácil no falar, mas no agir diário, é uma forte disciplina. Ninguém será bem-sucedido na vida sem disciplina e esforço, também na vida espiritual não será diferente. Aqui, nesta exposição, temos algumas coisas pra refletir e nos corrigir. Não desanime, inicie a jornada.

Pense nisso!

Carlos Carvalho

Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica

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