Filosofia

 
clip_image001[6]

As três leis do pensamento

Lei da identidade Algo é o

que é, e nada além disso.

Lei da não contradição

Para qualquer propriedade F,

nada pode ser tanto F quanto

não-F, ao mesmo tempo

e no mesmo sentido.

Lei do terceiro excluído

Qualquer proposição é verdadeira

ou falsa, e não algo entre

as duas possibilidades

Este é um lançamento da editora Vida Nova que vale a pena comprar e ter em sua biblioteca. Abaixo há uma pequena porção que nos dá uma visão do que contém esse livro escrito por seus dois autores. Vale a pena conferir!

Lógica

Com frequência (até demais!), ouvimos alguém dizer: “Por que a lógica é tão importante na teologia? Você dá a entender que a lógica está até acima de Deus!”. Cremos que tal questionamento reflete uma má compreensão bastante comum a respeito da lógica. Se Deus não existisse, a lógica não existiria (e, nesse sentido, nada mais existiria). Porém, se Deus existe, muitas outras coisas também existem, incluindo as leis da lógica. Por exemplo, considere a lei da identidade: Deus é quem ele é, e não outro Deus. Considere, também, a lei da não contradição: Deus não pode ser e, ao mesmo tempo, não ser bom. Tais leis (e outras coisas que existem atemporalmente) não existiriam se Deus não existisse; portanto, a existência delas depende de Deus. Contudo, elas não foram criadas como se ele pudesse tê-las criado diferentes.

Assim, dizer que as leis da lógica aplicam-se a Deus não significa que a lógica tem controle sobre Deus. É a simples admissão de que, por algo existir, muitas outras coisas também existem e não poderiam ser de outra forma. Outra objeção que ouvimos muitas vezes é a seguinte: “Pois bem, existem muitas diferentes lógicas. Como podemos dizer qual delas está certa? Não é algo

muito arbitrário?”. Novamente, cremos que se trata de uma má compreensão. A resposta rápida é “sim”, existem muitas diferentes lógicas. No entanto, devemos ter duas questões em mente. Em primeiro lugar, existem também muitas diferentes álgebras e muitas diferentes geometrias (os matemáticos e os lógicos são muito criativos!). Alguns desses sistemas foram desenvolvidos para lidar com problemas específicos e não arrogam para si validade universal (p. ex., lógica difusa, versões de lógica multivalente e diversos sistemas de álgebra abstrata). Em segundo

lugar, nenhum desses sistemas poderia ser “construído” sem determinadas “leis do pensamento” fundamentais (se a lei da não contradição não fosse sustentada universalmente, não poderíamos sequer afirmar que existem diferentes sistemas!). A última objeção é a seguinte: “Sua lógica é vestígio do ocidente dominado pelos homens, ignorando a lógica oriental e a lógica feminista, por exemplo”. Mais uma vez, cremos que isso reflete uma péssima compreensão da lógica.

Quanto à “lógica oriental”, na realidade, ela não existe. É verdade que certas vertentes do hinduísmo e do budismo ensinam que a contradição está na essência da realidade, de modo que, no caminho para a iluminação, deve-se aprender a aceitar a contradição. Porém, conforme mostrou Mortimer Adler, contanto que os hinduístas e budistas aceitem os resultados da ciência e tecnologia modernas, estão tacitamente afirmando a lei da não contradição, que subjaz ao fundamento da ciência. Em relação à “lógica feminista”, com quase toda certeza é uma questão de ênfase e valores, e não de diferentes lógicas. Pode-se admitir, por consideração ao argumento, que as mulheres são, em geral, mais relacionais e mais emotivas, e os homens são mais objetivos e lineares em seu pensamento. Mas, obviamente, as mulheres podem lançar mão da lógica objetiva, quando necessário, e os homens podem aprender a valorizar os relacionamentos e os vínculos emocionais. Diferença em ênfase não é diferença em espécie.

As leis do pensamento.

Três leis lógicas são tão fundamentais que, às vezes, são chamadas de leis do pensamento. Já mencionamos duas delas: a lei da identidade e a lei da não contradição. A terceira é a lei do terceiro excluído. Tais leis são às vezes chamadas de axiomas ou princípios fundamentais. Não podem ser provados, mas a verdade deles é inevitável, pois, tão logo se tente refutar qualquer um deles, descobre-se que é necessário pressupô-los. Suponha, por exemplo, que você tente refutar a lei da identidade. Então, você pressupõe que está tentando refutar a lei da identidade, e não a lei da gravidade; a lei da identidade é o que é, e não é a lei da gravidade. Ou suponha que você tente refutar a lei da não contradição. Quer dizer que você tentará provar que é falsa a afirmação de que algo não pode ser verdadeiro e falso, ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Porém, isso pressupõe a própria lei que você está tentando refutar. (Existe uma famosa história sobre Saul Kripke, grande lógico de Princeton. Em determinado encontro com docentes de outros departamentos, muitos tentavam argumentar que a lei da não contradição deveria ser extinta, por ser vestígio do pensamento ocidental polarizador dominado por homens. Kripke respondeu: “Está bem. Vamos nos livrar dessa lei. Então, podemos também ficar com ela.”). Será que essas leis têm alguma relação com a teologia? Sem dúvida alguma! Em Isaías 45.5, por exemplo, Deus faz esta forte afirmação: “Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus”. Ora, de acordo com a lei da identidade, é Javé (o Senhor) quem fala, e Javé não é Krishna ou Brahmin ou Baal. Segundo a lei da não contradição, o Senhor não pode ser o único Deus e, ao mesmo tempo, apenas um de vários deuses existentes. E, conforme a lei do terceiro excluído, ou é verdadeiro que o Senhor é o único Deus, ou isso é falso; não é possível que “o Senhor é o único Deus” seja verdadeiro para os cristãos, mas falso para os budistas.

Argumentos. O argumento filosófico não é discussão acalorada, nem disputa retórica. Os argumentos filosóficos não são escolhidos com base no voto da maioria ou na sensação que causam. Na filosofia, os argumentos consistem em conjunto de premissas que levam a uma conclusão.

Este é um lançamento da editora Vida Nova que vale a pena comprar e ter em sua biblioteca. Abaixo há uma pequena porção que nos dá uma visão do que contém esse livro escrito por seus dois autores. Vale a pena conferir!

Lógica

Com frequência (até demais!), ouvimos alguém dizer: “Por que a lógica é tão importante na teologia? Você dá a entender que a lógica está até acima de Deus!”. Cremos que tal questionamento reflete uma má compreensão bastante comum a respeito da lógica. Se Deus não existisse, a lógica não existiria (e, nesse sentido, nada mais existiria). Porém, se Deus existe, muitas outras coisas também existem, incluindo as leis da lógica. Por exemplo, considere a lei da identidade: Deus é quem ele é, e não outro Deus. Considere, também, a lei da não contradição: Deus não pode ser e, ao mesmo tempo, não ser bom. Tais leis (e outras coisas que existem atemporalmente) não existiriam se Deus não existisse; portanto, a existência delas depende de Deus. Contudo, elas não foram criadas como se ele pudesse tê-las criado diferentes.

Assim, dizer que as leis da lógica aplicam-se a Deus não significa que a lógica tem controle sobre Deus. É a simples admissão de que, por algo existir, muitas outras coisas também existem e não poderiam ser de outra forma. Outra objeção que ouvimos muitas vezes é a seguinte: “Pois bem, existem muitas diferentes lógicas. Como podemos dizer qual delas está certa? Não é algo

muito arbitrário?”. Novamente, cremos que se trata de uma má compreensão. A resposta rápida é “sim”, existem muitas diferentes lógicas. No entanto, devemos ter duas questões em mente. Em primeiro lugar, existem também muitas diferentes álgebras e muitas diferentes geometrias (os matemáticos e os lógicos são muito criativos!). Alguns desses sistemas foram desenvolvidos para lidar com problemas específicos e não arrogam para si validade universal (p. ex., lógica difusa, versões de lógica multivalente e diversos sistemas de álgebra abstrata). Em segundo

lugar, nenhum desses sistemas poderia ser “construído” sem determinadas “leis do pensamento” fundamentais (se a lei da não contradição não fosse sustentada universalmente, não poderíamos sequer afirmar que existem diferentes sistemas!). A última objeção é a seguinte: “Sua lógica é vestígio do ocidente dominado pelos homens, ignorando a lógica oriental e a lógica feminista, por exemplo”. Mais uma vez, cremos que isso reflete uma péssima compreensão da lógica.

Quanto à “lógica oriental”, na realidade, ela não existe. É verdade que certas vertentes do hinduísmo e do budismo ensinam que a contradição está na essência da realidade, de modo que, no caminho para a iluminação, deve-se aprender a aceitar a contradição. Porém, conforme mostrou Mortimer Adler, contanto que os hinduístas e budistas aceitem os resultados da ciência e tecnologia modernas, estão tacitamente afirmando a lei da não contradição, que subjaz ao fundamento da ciência. Em relação à “lógica feminista”, com quase toda certeza é uma questão de ênfase e valores, e não de diferentes lógicas. Pode-se admitir, por consideração ao argumento, que as mulheres são, em geral, mais relacionais e mais emotivas, e os homens são mais objetivos e lineares em seu pensamento. Mas, obviamente, as mulheres podem lançar mão da lógica objetiva, quando necessário, e os homens podem aprender a valorizar os relacionamentos e os vínculos emocionais. Diferença em ênfase não é diferença em espécie.

As leis do pensamento.

Três leis lógicas são tão fundamentais que, às vezes, são chamadas de leis do pensamento. Já mencionamos duas delas: a lei da identidade e a lei da não contradição. A terceira é a lei do terceiro excluído. Tais leis são às vezes chamadas de axiomas ou princípios fundamentais. Não podem ser provados, mas a verdade deles é inevitável, pois, tão logo se tente refutar qualquer um deles, descobre-se que é necessário pressupô-los. Suponha, por exemplo, que você tente refutar a lei da identidade. Então, você pressupõe que está tentando refutar a lei da identidade, e não a lei da gravidade; a lei da identidade é o que é, e não é a lei da gravidade. Ou suponha que você tente refutar a lei da não contradição. Quer dizer que você tentará provar que é falsa a afirmação de que algo não pode ser verdadeiro e falso, ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Porém, isso pressupõe a própria lei que você está tentando refutar. (Existe uma famosa história sobre Saul Kripke, grande lógico de Princeton. Em determinado encontro com docentes de outros departamentos, muitos tentavam argumentar que a lei da não contradição deveria ser extinta, por ser vestígio do pensamento ocidental polarizador dominado por homens. Kripke respondeu: “Está bem. Vamos nos livrar dessa lei. Então, podemos também ficar com ela.”). Será que essas leis têm alguma relação com a teologia? Sem dúvida alguma! Em Isaías 45.5, por exemplo, Deus faz esta forte afirmação: “Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus”. Ora, de acordo com a lei da identidade, é Javé (o Senhor) quem fala, e Javé não é Krishna ou Brahmin ou Baal. Segundo a lei da não contradição, o Senhor não pode ser o único Deus e, ao mesmo tempo, apenas um de vários deuses existentes. E, conforme a lei do terceiro excluído, ou é verdadeiro que o Senhor é o único Deus, ou isso é falso; não é possível que “o Senhor é o único Deus” seja verdadeiro para os cristãos, mas falso para os budistas.

Argumentos. O argumento filosófico não é discussão acalorada, nem disputa retórica. Os argumentos filosóficos não são escolhidos com base no voto da maioria ou na sensação que causam. Na filosofia, os argumentos consistem em conjunto de premissas que levam a uma conclusão.

Tags:

Blog CBB

A Comunidade Batista Biblica surgiu no ano de 1998, a partir de um grupo de estudos bíblicos que... Veja mais em História.

0 comentários

Leave a Reply

Caso não consiga comentar veja este tutorial... Clique Aqui